Caros e Caríssimas.
Estou com um sério problema. Qual, Ó cidadão brasileiro quase septuagenário???? Simples. A quantidade de zumbi vídeos, zaps, i1/2s que me mandam, ligados umbilicalmente à poliesculhambose generalizada a nível mundial, com firmes intenções de me abduzir para uma tal nuvem. Não que nos anos 70, tais e quais não aconteciam. Aconteciam obviamente, afinal a espécie luta para não dar certo a tempos. Acontece que nestes bitados tempos a coisa tá xs 100 mil. O que fazer? Aqui vão algumas dicas para os aflitos, que nem “euzinho”, carentes de uma cumbuca cheia, daquelas de açaí da ilha de Marajó, de um substantivo por nome PAZ.
1 – se te mandam algo e não dizem do que se trata, não abra. Avise, por bons modos (coisa rara) ao mandante. O que digo? Tecle assim. Caro ou Caríssima (as mulheres, no meu ver, são mais caras que os homens, daí o caríssimas), não abri e não abrirei qualquer mídia que não venha com uma síntese do assunto em letras, podendo ser em minúsculas. Não sou exigente.
2 – vídeos de coach, auto-ajuda e quejandos. Não abro. Quem me quer bem não me manda isto. Me visita, ou me manda um áudio pessoal, dependendo da distância. E aí, como é que estás, vivente? Já é um balsamo. A voz de quem te quer bem vale muito.
3 – Quando abrires um, movido por comichão intelectual irresistível, denunciando que este ou aquele órgão (?) público (?) (sou médico e me é irresistível rebater as palavras para o meu repertório profissional, pois ao meu ver um órgão não poderia andar por aí exposto em público, é indecente) retornando ao ponto, denunciando o quanto nos custa um organismo de serviço (ao) público, é fundamental fazer algumas perguntas ao mandante, tais como, a procedência das informações. Tempos labirínticos com centenas de Minotauros à solta.
4 – coma isto, não coma aquilo. Não vá no google. Sites de varredura de informação são necessários atualmente. Para suplementos, vá no examine.com. Para saber se tal corante ou estabilizante que colocam na tua querida batatinha frita é tóxico, vá no ewg.org
Lembrem que é mais fácil entrar na alcova do leão e da leoa do que na cozinha deles.
5 – sites que se auto-intitulam anti-fakes. Oras, só de alguém se intitular o dono da verdade, o guardião da boa informação etc e tal, já tem fake antes do passo 1. Ou seja, nasceu morto. No século I DC no advento do Império Romano, que já tinha criado uma “policia secreta”, já se fazia presente uma frase do poeta satírico, Juvenal: “quem vigia os vigilantes?”. Pois é, se já àquela época que as infos circulavam a pé, de cavalo ou no máximo de biga, já era assim. Imagina hoje, Juvenal!!!
Continuo ainda nesta semana. Por hoje é só. Vou atender gente. Mais na frente explico o que faço. Ao menos tento.
Saúde e BOM SENSO.
Brasília, 27 de março de 2019